Filme apresenta bicicleta como mais que um meio de transporte e lazer.

Um filme tem sido rodado em diversos festivais de cinema de montanha e mostrado ao mundo o papel que a bicicleta tem que vai além de um transporte mais amigo do ambiente, um esporte ou lazer. O título “With My Own Two Wheels” (“Com minhas próprias duas rodas”, em inglês) faz um trocadilho com a expressão “com minhas próprias mãos” e aponta como a bike pode ser um elemento fundamental na mudança individual e social.

O documentário dirigido por Jacob Seigel-Boettner relata a vida de moradores de cinco países diferentes, mostrando como o relacionamento com a bicicleta tem ajudado cada uma dessas pessoas de formas diferentes.
Sharkey é um californiano da cidade de Santa Barbara e cresceu lutando para não ser atraído pelas gangues locais e em meio a tudo isso encontrou o Bici Centro, uma bicicletaria gerenciada pela própria comunidade. Lá ele é voluntário como instrutor de mecânica.
Para a indiana Bharati, a bicicleta tem proporcionado a possibilidade de terminar os estudos, já que a escola que oferece o ensino médio fica a uma distância muito grande e muitas famílias não gostavam que suas filhas se arriscassem nessa longa caminhada sozinhas. Graças a um grupo chamado Ashta No Kai, Bharati e seus amigos podem frequentar a escola utilizando-se das bicicletas e a garota tem a possibilidade de perseguir seus sonhos. A seguir você pode assistir a um recorte do filme que relata a história de Bharati: Pedal=Sight from Jacob SB on Vimeo.



A ganense Mirriam pode ser considerada uma exceção se comparada com outras mulheres na sua condição, afinal, em Gana é quase impossível que uma mulher com deficiência consiga emprego e se sustente sozinha. Contudo, hoje Mirriam faz parte de uma equipe de uma oficina de bicicletas composta apenas por ganenses com deficiências.

A poluição do ar na Guatemala impedia que os trabalhadores rurais de trabalharem por grande parte do dia. Carlos, então, encontrou a Maya Pedal, uma organização que fabrica ferramentas de baixo custo e baixo impacto na natureza. As “bicimáquinas” são todas movidas a pedaladas e podem ser bombas de água, moinhos de milho ou descascador de café, por exemplo, e são todas feitas a partir de velhas bicicletas abandonadas nos Estados Unidos.

A última pessoa retratada no documentário é Fred, da Zâmbia. Ele é um assistente de saúde voluntário que faz visitas a portadores do vírus HIV na zona rural e faz suas rondas a pé. Muitos de seus pacientes viviam a mais de 15 quilômetros de distância e as visitas era feitas duas ou três vezes por semana. Agora, com uma bicicleta de uma associação chamada World Bicycle Relief, Fred não somente faz todas aquelas visitas, mas também pôde dobrar o número de visitas feitas numa semana.
São histórias como essas que despertam em nós a certeza de que a bicicleta tem um importante papel social não só em nosso país, mas em todo o mundo. Assista o trailer do filme “With My Own Two Wheels”: